Por: Redação
“O bonde passou” e deixou mais de 50 jornalistas desempregados em 2015 no Estado do Espírito Santo, no Brasil. Empresários atribuem as demissões à crise, mas o sindicato acredita que faltou planejamento, sensibilidade e transparência das empresas. Para o Sindicato as demissões interferem diretamente na qualidade do jornalismo, deixam os profissionais inseguros e diminuem a liberdade de expressão.
Redações enxutas e cada vez mais pautadas por interesses institucionais e assuntos sem relevância ao público. Esse é o cenário atual que enfrenta o jornalismo brasileiro. Em dois anos, foram 103 jornalistas demitidos de jornais, TVs, rádios e assessorias no Espírito Santo, sendo que 55 jornalistas perderam seus empregos só em 2015. Alguns profissionais de longa data.
“Como se pode falar em jornalismo de qualidade, da boa informação checada e investigada se os jornalistas, trabalhadores com exigência de excelência profissional ganham mal, têm excesso de trabalho, sobrejornada, e sempre estão na linha de frente das demissões? No Brasil, onde somente oito famílias têm o monopólio da comunicação, as redações estão cada vez mais enxutas”, analisa Suzana Tatagiba, diretora do Sindijornalistas do ES.
Ranking
O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Jornalistas do Espírito Santo. Em primeiro lugar no ranking das demissões está Rede Gazeta, que lidera com 20 demitidos, seguida da TV Vitória, que somou a perda de nove profissionais. As assessorias aparecem na terceira posição com 13 demissões em 2015.
A desvalorização profissional, denúncias de assédio moral, acúmulo de funções tem gerado o aumento do pedido de demissão dos jornalistas, apenas em 2015, 22 jornalistas pediram o desligamento das empresas onde atuavam. Alguns estão em busca de uma nova colocação onde será respeitado dentro do jornalismo. Outros estão em busca de novas atividades não relacionadas ao jornalismo.
O Sindijornalistas tem realizado o acompanhamento dessa situação, dando apoio jurídico aos sindicalizados que por ventura tenham sido lesados durante o contrato de trabalho, e está planejando cursos e eventos que possam contribuir na recolocação profissional desses trabalhadores.
Em conjunto com a Fenaj, o Sindijornalistas/ES também tem realizado articulações políticas que visam garantir que as empresas de comunicação respeitem os trabalhadores e cessem as demissões já que o governo federal aprovou medidas que contribuem para a saúde financeira dessas empresas, reduzindo a carga tributária.
O Sindicato reforça a necessidade de união da categoria para que juntos possam atravessar esse período turbulento da profissão.