Marcilio Rodrigues Machado*
Após um ano de incertezas para a economia brasileira, o Espírito Santo sentiu os efeitos da crise e encerrou 2015 com forte queda nos números do comércio exterior. De acordo com dados divulgados pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex), de janeiro a dezembro de 2015 as importações tiveram queda de 25% e as exportações de 23%, se comparado ao mesmo período em 2014.
Os principais produtos que contribuíram para o desempenho negativo das exportações foram petróleo e óleos brutos (-44%), minério de ferro (-37%) e, com uma queda um pouco menor, mármore, granito e outras pedras (-4%). Já nas importações, o cenário ficou desfavorável para itens como aeronaves e aparelhos espaciais e suas partes (-54%), veículos para movimentação de cargas (-50%) e tecidos, fios e vestuários (-30%).
Apenas dois produtos registraram alta nas operações de vendas para o mercado internacional: ferro e aço, que totalizaram US$ 1,5 bilhão, com alta de 34%; e celulose, que registrou crescimento de 3% e totalizou US$ 1,05 bilhão em negócios. No total, o Espírito Santo exportou US$ 9,83 bilhões em 2015, contra os US$ 12,68 bilhões somados em 2014.
Nas importações, o único item que registrou alta foi o carvão mineral, que somou US$ 742 milhões e cresceu 5% em relação ao ano passado, e serve como matéria-prima para a fabricação de aço. As importações capixabas somaram US$ 5,15 bilhões em 2015, contra US$ 6,88 bilhões registrados ao longo de 2014.
O desempenho negativo do comércio exterior capixaba já era previsto para 2015. Um conjunto de fatores, desde a recessão do mercado interno brasileiro até a falta de novos acordos comerciais do Brasil com outros países, fez com que as importações e exportações capixabas tivessem um desempenho negativo este ano.
2016 será um ano muito difícil para o segmento do comércio exterior, porém a mudança na presidência na Argentina – importante parceiro comercial do Brasil – e o aquecimento da economia dos Estados Unidos podem impulsionar os negócios nos próximos anos.
Há luz no fim do túnel. Os empresários precisam saber aproveitar as oportunidades, nem que seja vislumbrando o longo prazo.
*Empresário e Presidente do Sindicato do Comércio Exterior do Espírito Santo.