O cenário de estagnação econômica vem refletindo diretamente nos números do comércio exterior do Espírito Santo: de janeiro a setembro deste ano, as exportações tiveram uma queda de 14%, e as importações, de 23%, se comparado com o mesmo intervalo de 2014, segundo os dados divulgados pelo Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex).

     Apenas dois segmentos registraram alta nas operações de vendas para o mercado internacional: ferro, que totalizou US$ 1,1 bilhão, com alta de 81%; e café, que teve um incremento de 13% nos negócios. As maiores quedas ocorreram com petróleo, com baixa de 29%, e com minério de ferro, que registrou -28% nas operações para o exterior. No total, o Espírito Santo exportou US$ 7,9 bilhões no período de 2015 contra os US$ 9,2 bilhões registrados em 2014. 

     Já na importação, apenas carvão mineral, um produto utilizado no processo produtivo de siderúrgicas, teve crescimento de 9%. As operações que envolvem veículos, item com a maior participação na pauta importadora do Espírito Santo (18% do total), registraram uma queda de 13%. Em termos percentuais, as maiores baixas foram com máquinas e equipamentos (-52%) e aeronaves e suas partes (-51%). Ao todo, o Estado importou US$ 4,1 bilhões de janeiro a setembro de 2015 contra US$ 5,3 bilhões, no mesmo período de 2014.

    A retração da demanda interna impacta diretamente na pauta importadora capixaba. O fraco resultado vai além da mudança da alíquota do ICMS, que impactou no Fundap. Claro que ainda pagamos a conta, mas o nosso grande problema é a recessão no mercado interno brasileiro. 

    Dificilmente haverá em 2015 retomada dos números do comércio exterior capixaba, principalmente com a queda no preço das commodities, o baixo dinamismo chinês e a recessão no mercado interno.  Sempre lembramos que os acordos de livre comércio são importantes na geração de desenvolvimento e riqueza e decisivos em momentos de crise.