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Qual é o pó?

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28/01/2016

A turma criou um “lavajato” gigante capaz de engolir a Petrobras e transformá-la em pó! Mas não é deste pó que vamos tratar hoje, nem anunciar a invenção de um aspirador gigante, capaz de afugentar de nossas narinas as partículas que incendeiam nossa indignação.

No Rio de Janeiro – e imagino que na maioria das cidades brasileiras – o pó branco é o fermento principal da receita da violência. Está presente nas ruelas, nas favelas e nos condomínios de luxo. Desse pó a gente já sabe histórias de sobra. Seus danos pessoais e sociais estão catalogados e nos tornamos reféns da incapacidade do estado em lidar com a ganância dos atores e coadjuvantes, bandidos e mocinhos pelo controle do milionário negócio.

Hoje acordei imaginando o Padre Anchietaescrevendo com um bastão na Praia de Camburi, em Vitória (ES), o seu Poema à Virgem Maria, como fez em Ubatuba, no século XVI. Certamente sua caligrafia rasgada na areia ficaria mais destacada na praia cintilante. Camburi, para quem não sabe, é a praia vizinha ao Porto de Tubarão, o maior exportador do mundo de minério de ferro – o pó preto.

Morei na região durante minha adolescência. Lá se vão os anos! Na década de 70 já conhecíamos o problema da poluição atmosférica causada. Os lençóis estendidos nos varais das casas ficavam impregnados. Garoto empreendedor, eu cheguei a pensar em acumular o resultado das varridas da casa para fazer dinheiro. Mas, quando descobri o preço da tonelada daquela commodity vendida para o Japão e China, vi que é coisa que só vale para tubarões atacadistas.

Curioso, consegui visitar o porto e vi como os vagões abertos, vindos de Minas Gerais, são virados para derramar o pó preto, que vai ser fundido em pelotas para a exportação. Será que já divulgaram estatísticas a respeito da quantidade do rastro negro que fica depositado no caminho de ferro? 

O pó também chega ao litoral misturado à água num mineroduto que desemboca em Ubu, no sul capixaba. Já houve vazamento? O que é feito com a água da mistura? Ah! E quando secar a lama de Mariana? Vamos ter o pó marrom na competição?

Quem lucra com a venda dessas riquezas brutas? Beneficiadas e transformadas aqui no país poderiam gerar mais empregos e bem-estar. Agora, com o mercado internacional com preços ainda mais aviltados, fica claro como estas toneladas pesam no equilíbrio das nossas contas nacionais em crise.

Não quero desviar o olhar da corrupção, nem do pernilongo que ameaça dando zica a torto e a direito, mas sugiro que você escolha pelo menos um desses pós para incluir em suas preocupações. Nada de ficar alarmado! É tempo de nos conscientizarmos de que temos que exercer nossa cidadania. Temos que participar ativamente das escolhas por um futuro decente para o nosso país.     

Foto: Foto do autor - Praia da Costa, Vila Velha (ES)

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