Projeto buscará impulsionar cacau, café, cítricos e agroturismo na cidade que já é um importante polo agroindustrial 

Por Zelita Viana 16/04/2025 – Texto e Foto 

 

Considerada a capital estadual do palmito juçara, além de sediar empresas que extraem granito, a cidade de Rio Novo do Sul buscou parceria com o Projeto Arranjos Produtivos da Assembleia Legislativa do Espírito Santo - ALES para diversificar a produção. Em reuniões com o conselho que vai gerir o programa no município, foram definidas que seriam impulsionadas as culturas do cacau, café, cítricos e também o agroturismo. Para repassar informações e experiências sobre como diversificar e agregar valor foi realizado um primeiro seminário. 

 

“Rio Novo do Sul é um polo grande de agroindústria”, destacou Joelma Costalonga, secretária da Casa dos Municípios da Ales. “São várias pequenas agroindústrias que estão entrando para serem regularizadas  e os nossos consultores estão ajudando a potencializar isso. A outra área são os cítricos, que  também já tem uma produção grande e que a gente vai ajudá-los a potencializar ainda mais a sua venda, o rendimento de sua produção, o estudo de seu solo”. 

 

Entre os participantes do seminário estava a produtora Milca Moreira Grillo. Entusiasmada com o preço do café, Milca, que já produz acerola, quer cultivar o fruto em sua propriedade. “Agora tem meu genro, que vai trabalhar junto  comigo e ele quer plantar café. A gente quer fazer a cultura do café porque também tá com preço bom, né?”.  Além de começar um novo cultivo, Milca vai ter oportunidade de entrar no ramo com uma visão mais abrangente do produto. 

 

Esse é o desafio de Talles da Silva de Souza, instrutor do Senar, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, que palestrou sobre o café.  

 

“Nosso objetivo aqui é orientar os produtores a buscar novas variedades da semente, visando melhor produtividade, melhor qualidade e também com foco na colheita e pós-colheita, pra gente ter um café de qualidade e, consequentemente, agregação de  valor a um produto que já é tradicional na região”.  

 

Para ele, a tarefa não será difícil. “A gente vê que tem potencial;  o que precisa é os produtores terem um pouquinho mais de cuidado, de zelo, na colheita e pós-colheita.  A região tem potencial pra produzir qualidade. Nós já temos experiência de avaliar uns cafés daqui da região que entregaram excelentes qualidades. O  que precisa é difundir para mais e mais produtores”, defendeu.  

 

Nei Castelari,  prefeito de Rio Novo do Sul, destacou o êxito das culturas já existentes, como a banana e o café, mas guardava uma excelente expectativa com o reforço do agroturismo como gerador de renda. “Nossa região aqui é muito bacana. Temos belas paisagens, cachoeiras, mirantes, agroindústrias, locais onde a gente faz a polpa da juçara. Temos várias coisas bacanas aqui, além do povo acolhedor”, pontuou Castelari.  

 

Douglas Gasparetto, consultor técnico do projeto arranjos produtivos da Ales, endossou as palavras do prefeito e foi além, ao analisar os fatores positivos para a implantação do agroturismo no município.  

 

“Rio Novo do Sul tem um potencial muito grande, de cachoeiras, microclima, regiões mais altas, mais baixas. Dentro da conjectura do Arranjo Produtivo, nós deslumbramos o potencial do município”. Em sua palestra, o foco se voltou para o turismo de experiência, que é vinda do turista para dentro da propriedade, para vivenciar o trabalho do agricultor.  

 

“O Projeto Arranjos tem essa pegada, de olhar os pequenos agricultores e fazer com  que eles  possam fazer com que o  turista vivencie todo o período da safra;  das inúmeras safras que a gente vem trabalhando, mas, principalmente  essa beleza natural, que já é dada pelo município. Não mudando o ecossistema mas, pelo contrário, dando acessibilidade ao turista, fazer com que nossos produtores ganhem dinheiro com aquilo que é o prazer deles, que é o trabalho diário”. 

 

O Projeto Arranjos Produtivos é realizado pela Casa dos Municípios da Ales, em parceria com o governo do estado e apoio das prefeituras.