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A Economia Capixaba e a Sua Dependência do Setor Primário Expandido

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16/11/2015

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Analistas de todos os cantos, inclusive do FMI, não temem em afirmar que o ano de 2015 está sendo marcado pela retração da atividade econômica mundial.O que se observa é o recuo da produção em vários países, desaceleração do setor serviços em países de peso, como é o caso chinês, com diminuição de novas encomendas em âmbito mundial. Enfim, o que se espera é uma taxa de crescimento econômico global menor do que a estimada no início deste ano.

Por sua vez, de forma ainda mais intensa do que o país no seu conjunto, a economia capixaba depende sensivelmente de uma conjuntura de crescimento mundial, tendo em vista a concentração de sua dinâmica nos setores produtores de matérias primas e alimentos. Em cenários externos adversos, a dependência do estado da exportação de com modities agrícolas e minerais torna a economia capixaba refém da recuperação econômica dos principais importadores de nossos produtos.

Considerando que o cenário externo é desfavorável, a ainda significativa elevação da produção física da indústria capixaba de janeiro a julho de 2015 - crescimento de 14,9% frente ao recuo de 6,6% sofrido pela indústria brasileira -pode ser conseqüência de um fator: a desvalorização do Real. Deve-se pontuar, contudo, que tal desempenho vem perdendo ritmo, pois, no acumulado de janeiro a junho, a expansão havia sido de 17% e, na última informação divulgada, de janeiro a agosto, caiu para 13%. Além disso, o desempenho tem sido sustentado pela indústria extrativa, o setor de Metalurgia, a fabricação de Celulose, Papel e produtos de papel, todos com característica de baixo grau de agregação de valor.

A indústria de Metalurgia foi a que apresentou o melhor desempenho, com crescimento de 30,2%, enquanto a indústria extrativa expandiu 22,1%. Já o setor de fabricação de celulose, papel e produtos de papel cresceu 2,2%. Vale ressaltar que a indústria como um todo representou, em 2012, 39,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo, contra 23,4% no nível nacional, o que significa maior poder de dinamizar a atividade econômica do Estado, em ambos os sentidos, isto é, potencializando tanto os estímulos favoráveis quanto os desfavoráveis.

A análise dos dados quadrimestrais corrobora esta redução de dinamismo da produção física da indústria capixaba. Quando comparamos o primeiro quadrimestre de 2015 com igual período de 2014, registra-se uma expansão de 19%, contra 7% quando feita semelhante comparação em relação ao segundo quadrimestre deste ano. Além disso, a indústria capixaba está entre os maiores recuos estimados pelo IBGE para o mês de agosto de 2015.

Ainda assim, os resultados apresentados garantiram ao Espírito Santo, nos meses de julho e agosto correntes, o melhor desempenho entre os quinze estados pesquisados pelo IBGE, seguido pelo Pará, onde também há forte presença da indústria extrativa. O resultado apresentado pela indústria capixaba foi muito influenciado pelas novas usinas da Samarco e da Vale, as quais fizeram com que a produção de minério aumentasse significativamente, apesar da queda do preço do minério no mercado mundial, queda esta contrarrestada pela desvalorização cambial.Não obstante este quadro, o desastre ambiental de largas proporções de responsabilidade da Samarco, tendo a Vale como uma de suas acionistas, além dos graves impactos sociais e ambientais que ocasionará, levará inevitavelmente a uma abrupta queda da produção física de minério.

Outro setor que apresentou resultados positivos foi a produção de placas de aço, que garantiu ao setor metalúrgico estadual um desempenho significativo de 30,2%, comparando-se o resultado de janeiro/agosto de 2015 com o ano anterior. Já a produção de alimentos registrou queda de 9,0% no acumulado do ano, queda que também se estende ao setor Comércio. Acompanhando a mesma tendência do comércio nacional, a atividade comercial do Espírito Santo apresentou redução no último semestre. Influenciados pela conjuntura econômica atual, com altas taxas de juros, inflação elevada, elevação do número de demissões e consequente aumento do nível de desemprego, o comércio varejista capixaba, no acumulado do ano, registrou recuo de 4,6% no volume de vendas. O segmento de venda de Veículos, motos, partes e peças,foi o mais afetado, com queda de 21,2%, quando comparado com igual período do ano anterior.

Interessante notar que a atividade que apresentou o melhor desempenho no âmbito nacional,outros artigos de uso pessoal e doméstico, no Espírito Santo, registrou um dos piores desempenhos do comércio varejista, com uma queda de 15,3% no acumulado do ano. Impulsionada pela queda do volume de vendas da ordem de 12,1% no primeiro semestre do ano, quando comparado com igual período do ano anterior, a receita com as vendas do comércio varejista ampliado apresentou queda de 6,8%, quando submetido à mesma base de comparação. 

As vendas de hiper e supermercados, bem como de móveis e eletrodomésticos foram os segmentos que contrariaram o movimento generalizado de queda de receita no comércio, afinal, apresentaram, no primeiro semestre do ano, expansão de 6,2% e 1,9%, respectivamente. Uma das possíveis razões, especialmente no caso dos supermercados, é uma elevação das receitas em função de possível majoração de preços. De qualquer maneira, o comportamento favorável nestes segmentos representa pouco diante de um cenário bastante adverso para o comércio capixaba, o qual já começa a sentir os efeitos da desaceleração do mercado interno e do crescimento econômico mundial, manifesto principalmente no fechamento de postos de trabalho em setores estratégicos do Estado, como mineração, celulose, papel, extrativismo em geral e serviços ligados à exportação e importação.

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