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Em 1987 o Mosquito Pernilongo venceu a eleição de Vila Velha com 29.668 votos

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19/11/2020 - por Paulo César Dutra

O país vivia um momento de transição da ditadura para a democracia e a população começava a ser mais explicita nas manifestações.

A Lei da Anistia, que como dizia o nome dava anistia a todos aqueles que foram punidos pela ditadura militar. Assim, muitos cidadãos brasileiros que ainda estavam no exílio puderam, finalmente, regressar à sua pátria. Pessoas que tiveram seus direitos políticos cassados foram reabilitadas na sua cidadania. E a liberdade de manifestação dava sinais de uma democracia irrestrita. E foi no município de Vila Velha, cidade do Espírito Santo, no Brasil, em uma eleição para o cargo de prefeito, em 1987, para um mandato tampão (de 01 de janeiro de 1988 a 15 de março de 1989), oportunidade que os eleitores usaram para fazer uma manifestação histórica, contra as políticas de saneamento básico da cidade. 
Nos anos 80, a Secretaria de Estado da Saúde em parcerias com a Cesan e a Prefeitura de Vila Velha não conseguia evitar o aumento dos focos de mosquito na cidade, principalmente nos bairros mais próximos aos canais de mangues do município. Revoltados com os mosquitos que invadiam as casas e não deixavam os cidadãos dormirem, os manifestantes depositaram nas urnas 29.668 votos, dos 110 mil apurados (que na ocasião era escrito, como nos EUA), para o Mosquito Pernilongo,   no dia 14 de dezembro de 1987, que foi eleito, simbolicamente prefeito. O 2º colocado foi um candidato do PT, Magno Pires da Silva, que recebeu 26.633 votos.

Histórico

Em 1980, a Emenda Constitucional nº 14, mudou as regras constitucionais e marcou as eleições no país para o dia15 de novembro e posse em 31 de março do ano seguinte. Em 1982, foram escolhidos os sucessores dos eleitos em 1976 que ficaram no cargo por seis anos em razão da prorrogação de mandato aprovada. Realmente, os prefeitos eleitos em 1976 para mandato de quatro anos ganharam, sem muito esforço, mais dois. Os políticos de então justificaram essa alteração para o fim de fazer coincidir todas as eleições diretas em 1982, com a de governador, que até então era indireta,  como a de presidente, que ainda não existia no Brasil.
Nas eleições de 1982, o povo de Vila Velha elegeu o advogado Vasco Alves de Oliveira Júnior (MDB) para o mandato de quatro anos, de 1983 a 1987. Porém, nas eleições de 1986, para governador, vice-governador, senador, deputado federal e deputado estadual, Vasco Alves tentou uma cadeira na Câmara Federal e foi eleito. Com a renúncia do mandato do prefeito de Vila Velha, assumiu o vice-prefeito Aucélio Sampaio (MDB), em 1986, porém morreu naquele mesmo ano. Assumiu então o presidente da Câmara Municipal de Vila Velha, o vereador Carlos Malta de Carvalho (MDB) que em 1987 manifestou seu descontentamento com a mudança da lei eleitoral, que ampliou para seis anos os mandatos dos prefeitos eleitos em 1982. Malta anunciou que renunciaria ao mandado em dezembro de 87, obrigando a Justiça Eleitoral a convocar uma nova eleição de um mandato “tampão”, no dia 10 de dezembro de 1987.
E no final de setembro daquele ano, começaram as campanhas eleitoraiscom as participações de seis candidatos aquele pequeno período de mandato.  Os candidatos Magno Pires da Silva, Luiz César Maretto Coura, Felício Correa da Costa Neto,Benedito Bené Porto Pestana, Gilberto Antunes Nobre e Jair Storch botaram seus blocos na rua em buscas dos 110.600 votos dos eleitores de Vila Velha. 
Durante toda a campanha não houve qualquer manifestação dos eleitores sobre o candidato deles o “Mosquito Pernilongo”.  Como naquela ocasião, o voto era escrito, os eleitores de Vila Velha não perderam a oportunidade para anotar nas cédulas, o nome do desconhecido candidato  para prefeito. 
Quando foram abertas as urnas nas quatro juntas apuradoras da Justiça Eleitoral começaram aparecer os surpreendentes votos para “Mosquito”.  Na soma final estavam lá, em primeiro lugar com 29.668 votos para o “Mosquito Pernilongo”. Em 2º  Magno Pires da Silva (PT) recebeu 26.633 votos; em 3º Luiz César Maretto Coura, 19.609; em 4º Felício Correa da Costa Neto, 12.788; em 5º Benedito Bené Porto Pestana, 3.458;  em 6º Gilberto Antunes Nobre, 3.423 e em 7º Jair Storch, 3.259 votos e um total de 11.762 eleitores preferiram votar em branco.
Porém, a Justiça Eleitoral anulou os 29.668 votos do “Mosquito” e proclamou eleito Magno Pires da Silva, prefeito de Vila Velha, juntamente com o vice-prefeito Márcia Machado, que tomaram posse no dia 18 de dezembro de 1987 e ficaram no mandato até o dia 15 de março de 1989. Assinaram o documento os juízes eleitorais Romulo Taddei, Arthur Simões Monteiro, Antônio Marinho Machado e Augusto Kohls Filho e o secretário geral da mesa apuradora Rubens Martinelli.

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