1. capa
  2. Negócios
  3. Economia
  4. Política
  5. Ambiental
  6. Cidades
  7. Opiniões
  8. Cultura
  9. Oportunidades
  10. vídeos

Brasil em 2016: Expectativas Econômicas e Políticas

enviar por email

07/01/2016

      Iniciamos 2016 com a habitual enxurrada de estimativas sobre o desempenho da economia nos próximos períodos. Neste aspecto, quase nenhuma diferença em relação nos anos anteriores. Quase, porque é necessário ressalvar que neste ano as chamadas consultorias internacionais e escritórios de classificação de risco parecem mais assanhados diante de uma possível “carniça”. 

Hoje mesmo (04/01) uma tal de Eurasia divulgou um relatório afirmando que o Brasil estará entre os 10 maiores riscos globais em 2016.  Opina também sobre o cenário político avaliando possibilidades com Dilma e com Temer. Considera pouco provável o impedimento de Dilma e diz que seria melhor a condenação sobre irregularidades na campanha, o que permitiria  uma nova eleição e, portanto, a oportunidade de um novo início. 

A continuidade com Dilma aprofundaria a crise, porque o processo para escapar do pesado julgamento lhe imporia tantos compromissos que a tornaria sem forças para as reformas e cortes necessários dos gastos.

Temer, como alternativa, poderia até trazer uma onda inicial de otimismo para unir o país, mas, o crescente cerco das operações anti-corrupção a muitos políticos de seu partido poderá lhe trazer também vulnerabilidades ou falta de credibilidade para  conduzir  os ajustes requeridos.  Em resumo, o seu relatório é muito pessimista 

Essas análises, com pose de “científicas”, recebem larga divulgação da grande imprensa e, de fato, há possibilidade de realmente influenciarem o funcionamento do mercado, pois muitos acreditam que é possível prever o futuro, caso em que pode surgir um movimento do tipo “ manada “ e o efeito propugnado realmente acontecerá. Esse é o maior risco dos países emergentes – ou que vivem crises internas, como o Brasil de hoje - porque são mais atraentes para as profecias dessas consultorias. Quanto maior a soberania ou a presença de uma nação no contexto mundial, maior o respeito e cautela desses escritórios em fazer previsões, sobretudo as negativas. 

No entanto e para a nossa sorte, o que mais se observa é o elevado percentual de não acerto das previsões quando comparados indicadores estimados em janeiro com os realizados no final do ano. O que mais se houve durante o período é “a previsão y” foi ajustada para “x”, segundo o último boletim, demonstrando mensalmente a fragilidade das previsões. De qualquer modo temos que conviver com elas.  E seguem aí as  previsões das principais variáveis de fechamento de 2015 e previsão para 2016. Importante que sejam registradas para verificação se teremos surpresa quanto ao percentual de acerto daqui a doze meses. (números entre parêntesis indicam sinal negativo)


         O que há de muito diferente neste início de ano é a absoluta incerteza no campo político. É bem verdade que já há muitas apostas na tese de que o impedimento não vingará. Mas, ainda há muitas definições de ritos e negociações em curso que poderão mudar o cenário mais provável diariamente quando o Congresso voltar a funcionar. O mercado parece não acreditar que essa crise política fará alguma diferença para o desempenho da economia em 2016 – embora o discurso seja outro - e continua normalmente fazendo suas previsões, sem distinguir cenários para uma e outra alternativa.

Em uma avaliação com perspectiva de médio prazo, de fato pode ser sensato acreditar que qualquer lado que seja o vencedor não reunirá pré-condições, políticas e de projeto de nação, para estabelecer os acordos necessários em torno de uma política econômica e de desenvolvimento que é atualmente requerida pelos mais de trinta anos de baixo crescimento que vivenciamos.

Na perspectiva conjuntural – curto prazo – a possibilidade de um desempenho da economia em 2016 razoavelmente melhor do que as previsões correntes não deve ser descartada. Se mantiver o atual governo é porque conseguiu reunir um apoio político importante, embora, insuficiente para aprovar reformas relevantes. Terá a vantagem de já ter planos e programas em andamento, governança já montada e o aprendizado da necessidade de conter os gastos. Este ambiente favorecerá o desempenho econômico.

Na hipótese de um governo Temer, da mesma forma, é porque conseguiu apoio político bastante para isso, mas, certamente será também insuficiente para construir e consolidar um novo projeto para o Brasil. Todavia, haverá um otimismo inicial pela novidade que poderá favorecer o ambiente de negócios por alguns meses, permitindo um desempenho no ano melhor. Contudo, o desafio de elaborar e implementar um projeto de viés liberal, desmontar e montar uma nova governança, equilibrar-se com forças políticas de apoio marcadas pelas denúncias, requerem rupturas expressivas para as quais ainda não vislumbra correlação de forças políticas competentes para tanto. Tais ruídos políticos suplantará o otimismo da novidade inicial e o ambiente de negócios retomará seu viés negativo para os investimentos e crescimento. 

O terceiro cenário possível é o da condenação da chapa Dilma/Temer por irregularidades durante a campanha. O julgamento deve ser concluído até maio. Com menos da metade do mandato concluído, a constituição determina uma nova eleição. Neste momento, tudo indica que nos deparamos aí com uma incerteza ainda maior. É óbvio que a expectativa atual é positiva em relação a começar do zero de novo, mas, qual é a liderança que se destaca para essa monumental tarefa? Eis aí a grande fonte de incerteza nesse cenário.

* Doutor em Ciências Econômicas, Professor.



Saiba Quais São as Prioridades do Novo Ministro das Comunicações à Frente da Pasta

O ministro Frederico de Siqueira Filho destacou a modernização da radiodifusão, com a implantação da TV 3.0..


Falta de Médicos Lidera Lista de Desafios na Saúde, Segundo Estudo da Firjan

Os municípios considerados críticos têm, em média, apenas um médico para dois mil habitantes...


Fraude no INSS: Saiba Como vai Funcionar o Ressarcimento dos Aposentados e Pensionistas; veja Perguntas e Respostas

Foto do Lula e o ex-ministro Luiz Carlos Lupi..