por: João Carlos Abdonor Viana*
”É preciso entender que não herdamos as terras de nossos
pais, mas a tomamos emprestada de nossos filhos”
Recentemente deparei com uma reportagem na pagina do Terra – Notícias, Esportes, sobre o cineasta Fernando Meirelles e seu interesse em temas ambientais , onde disse que o debate sobre a questão climática e ambiental está desgastado devido ao enfoque que recebeu nos últimos anos. Declarou, “o tema ficou um pouco desgastado, lembro de quando começaram as primeiras campanhas pelo mico leão dourado, 'salve as baleias', mas o negócio foi crescendo tanto que só isso não atrai mais o público”.
Ora, o porque disso? Não é estar desgastado, mas sim, a forma como vem sendo abordada a questão, excesso de zelo numa linguagem sensacionalista e irritante com o grande público. Como fazer o homem comum entender questões circunstancialmente ecológicas, se às questões iminentes de sobrevivência e qualidade de vida não se dão o respectivo valor? Como convencer que resíduos como o plástico, o vidro e outros demoram centenas de anos para se decompor, enfatizando um futuro longínquo e sátiro, enquanto tenta-se sobreviver junto às crises por demanda e qualidade hídrica, poluição atmosférica, sonora, etc,? Observemos que muitos ainda não despertaram para a qualidade ambiental,ou melhor, para a sustentabilidade nas ações diárias do homem.
Há um reconhecimento crescente do fato que as nossas ações, acarretadas principalmente pelo aumento da densidade demográfica e do consumo exagerado, tem um impacto significativo na qualidade de vida, especialmente em economias emergentes.
Esse consumo, por um lado, está aumentando a pressão sobre as bases limitadas de recursos disponíveis e, por outro, resulta em volume crescente de resíduos despejados no meio ambiente. Será que conhecendo certas adversidades e a melhor difusão de outros mecanismos de informação online, poderíamos conviver e racionalizar melhor a utilização dos recursos naturais? Como por exemplo, o comportamento da bacia hidrográfica da região no tocante ao manejo do solo e da vegetação e sua contribuição na vazão de corpos hídricos superficiais e subterrâneos (freáticos e confinados), da qualidade das águas (captação e pós tratamento para diluição da água servida), da dispersão dos poluentes de nossa atmosfera e do gerenciamento dos resíduos sólidos,como forma a reduzir a produção destes resíduos na fonte geradora.
Está proposto que a consolidação do desenvolvimento e a conservação do meio ambiente devem constituir um binômio indissolúvel, que promova a ruptura do antigo padrão de crescimento econômico, tornando compatíveis duas grandes aspirações deste século: o direito ao desenvolvimento e o direito ao usufruto da vida em ambiente saudável para futuras gerações,sobretudo para os países que permanecem em patamares insatisfatórios de renda e de riqueza.
*Engº e Consultor Ambiental