Os criminosos invadiram a capela da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, localizada em Ponte São João, em Castelo, região Serrana do Estado do Espírito Santo
Da Redação Folha Vitória
25 de Maio de 2023 às 12:08
A Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, localizada em Ponte São João, em Castelo, na Região Serrana no Espírito Santo, foi alvo de vandalismo que deixou os fiéis chocados, especialmente porque somente as imagens de santas foram destruídas. Já outros itens e imagens de santos ficaram intactos.
Segundo informações da paróquia, os criminosos danificaram a porta da comunidade religiosa para invadir o local, que está situado na zona rural do município.
Dentro da capela, as imagens das santas foram cruelmente jogadas ao chão, deixando um rastro de destruição e desrespeito.
Na última quarta-feira (24), a Paróquia Nossa Senhora da Penha emitiu uma nota oficial repudiando veementemente o ocorrido.
A nota da paróquia relata que "as imagens da Padroeira da Comunidade, Nossa Senhora de Lourdes, da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e de Santa Luzia foram totalmente destruídas. Contudo, as demais imagens não foram atacadas. Fato curioso foi que somente as imagens das santas mulheres foram vandalizadas."
Para os fiéis e moradores da região, esse ato representa um triste episódio de intolerância religiosa. Anna Lucia Mantuan, moradora local, expressou sua tristeza com o incidente.
A Polícia Civil já iniciou as investigações sobre o crime, classificado como ultraje a culto e vandalismo. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.
Veja a nota na íntegra:
COMUNICADO OFICIAL
Paróquia Nossa Senhora da Penha
Ordem dos Agostinianos Recoletos
Os Frades Agostinianos Recoletos da Paróquia Nossa Senhora da Penha em Castelo (ES), através do Prior e Pároco, Frei Antonio Rabanal Bueno, comunica a todos os Paroquianos:
Na tarde desta quarta-feira, dia 24 de maio, no período da tarde, recebemos um telefonema das lideranças da Comunidade Nossa Senhora de Lourdes, na localidade da Ponte São João, informando que a Capela havia sido invadida e as imagens, danificadas. Rapidamente, o Vigário Paroquial, Frei Wagno Broedel Palma, se deslocou à Comunidade a fim de averiguar as informações. Ao chegar, constatou que as imagens da Padroeira da Comunidade, Nossa Senhora de Lourdes, da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, e de Santa Luzia foram totalmente destruídas. Contudo, as demais imagens não foram atacadas. Fato curioso foi que somente as imagens das santas mulheres foram vandalizadas. Reiteramos que o sacrário não foi tocado e as Hóstias Consagradas não sofreram profanação. Nada foi furtado. Um boletim de ocorrência foi aberto e as autoridades de nosso Município investigarão o caso. No momento oportuno, será celebrada na Capela da Comunidade a Santa Missa de reparação faremos um ato de desagravo. Acompanhemos com nossa oração a Comunidade da Ponte São João, entreguemos o (s) responsável (is) à misericórdia do Pai e toda essa situação dolorosa de intolerância religiosa e vandalismo que vivemos.
Atenciosamente,
Frei Antonio Rabanal Bueno
Frei José Luiz Rodrigues
Frei Wagno Broedel Palma
Frei Rhuam Ferreira Rodrigues de Almeida
Fato no Paraná
Um caso idêntico ocorreu em Curitiba, no Estado do Paraná, quando um vereador “fechou” uma igreja naquela cidade, e expulsou os católicos da missa. O político chegou a ter o mandato cassado, porém... O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), restabeleceu o mandato de Renato Freitas (PT-PR), vereador que invadiu no ano passado (2022) a Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, no Paraná. Freitas havia sido cassado duas vezes pela Câmara por quebra de decoro parlamentar.
“A cassação do vereador ultrapassa a discussão quanto aos limites éticos de sua conduta, envolvendo debate sobre o grau de proteção conferido ao exercício do direito à liberdade de expressão por parlamentar negro voltado justamente à defesa da igualdade racial e da superação da violência e da discriminação que sistematicamente afligem a população negra no Brasil”, argumentou Barroso.
Em 5 de agosto de 2022, a Câmara Municipal de Curitiba cassou Renato Freitas, pela segunda vez, por 23 votos a 7. A primeira cassação, dois meses antes, havia sido anulada pela desembargadora Maria Aparecida de Lima, do TJ-PR. Freitas recorreu contra a segunda cassação, mas o tribunal manteve o veredito do Parlamento municipal. No começo do ano, o petista liderou um ato em um templo católico. À época, fiéis relataram ter sido xingados de fascistas, racistas e homofóbicos. Freitas alegou estar manifestando-se contra o racismo e a morte de Moïse Mugenyi.