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A Imigração Italiana No Espírito Santo Começou em Santa Teresa Que Faz 148 Anos

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21/05/2022

Berço da colonização italiana no Brasil, teve sua história iniciada em 26 de junho
de 1874.

Por Paulo César Dutra*

O município de Santa Teresa é o maior produtor de uva e vinho do Espírito Santo, representando 80% da produção estadual. Cercado pelas montanhas da região serrana do estado é um dos mais importantes destinos turísticos do Estado do Espírito Santo, no Brasil. Cultura marcante, meio ambiente preservado, clima agradável e gastronomia são os principais atrativos da cidade mais italiana do país. 

Com cerca de 40% de seu território coberto por Mata Atlântica preservada, destaca-se por ter uma das mais exuberantes biodiversidades do mundo. Recentemente, por meio da Lei 226/2012, se tornou a Capital Estadual do Jazz e do Blues e é também conhecida como Terra dos beija-flores, das orquídeas e de Augusto Ruschi, Patrono da Ecologia no Brasil.
 
Segundo o sociólogo italiano Renzo M. Grosselli, a Expedição de Pietro Tabacchi, foi o primeiro caso de partida em massa de imigrantes da região norte da Itália para o Brasil. A primeira viagem de imigrantes aconteceu no dia 3 de janeiro de 1874 do Porto de Gênova, em um navio a vela, o "La Sofia", na expedição Tabacchi, e a segunda pelo "Rivadávia", ambos de bandeira francesa. O "La Sofia" chegou ao Brasil em 17/02/1874, com 386 famílias para as terras de Pietro Tabacchi, em Santa Cruz.

Contudo, oficialmente, a imigração teve início no Brasil com a chegada do navio "Rivadávia", que aportou em 31 de maio de 1875, com 150 famílias italianas, encaminhadas para Santa Leopoldina, dentre as quais 60 famílias seguiram para Timbuí, onde no dia 26 de junho de 1875 foram contempladas com lotes territoriais, fundando assim Santa Teresa, denominada então, a primeira cidade de Colonização italiana do Brasil.

Fonte: A Expedição Tabacchi e Colônia Nova Trento - Renzo M. Grosselli -.Artgraf. Gráfica e Editora Ltda. Março/1991.

Consta que uma devota, no início da colonização, possuía um quadro de Santa Teresa de Ávila, em torno do qual os moradores se reuniam para rezar à hora do Angelus. Embora haja outras hipóteses, esta é a mais aceita pelos locais para explicar a origem do nome Santa Teresa.

As correntes migratórias provenientes da Itália continuaram e, em 1877 chegaram os primeiros alemães, suíços e poloneses. Os colonos se dedicaram à agricultura, tendo de início, além da cultura do café e cereais, realizado algumas experiências bem sucedidas, semelhantes às culturas do Trentino, tais como a videira e o bicho da seda.

A pequena Vila rapidamente se desenvolveu e já em 1891 foi criado e instalado o Município de Santa Teresa. Em 1895 foram criadas a Comarca e a Paróquia. Em 1995 foi desmembrado o Distrito de São Roque do Canaã, dando origem a um novo Município.

26 de junho

"Data do Reconhecimento do Município de Santa Teresa como Pioneiro da Imigração Italiana no Brasil".

Em 17 de fevereiro de 1874 chegava ao porto de Vitoria o navio “La Sofia”, conduzindo 388 imigrantes italianos. Eles foram contratados por Pietro Tabacchi, que possuía a fazenda “Monte das Palmas”, em Santa Cruz. O empreendimento, porém, não prosperou, provocando descontentamentos e revoltas. Um grupo seguiu para colônias oficiais da Região Sul enquanto outros aceitaram a proposta do Governo do Espírito Santo para se instalar na “Colônia Imperial de Santa Leopoldina”, sendo direcionados ao Núcleo de Timbuhy, no atual município de Santa Teresa.

No acervo do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo (APEES), existem centenas de documentos que testemunham esse importante fato histórico. Dentre eles, está um ofício que mostra a existência de imigrantes na localidade em outubro de 1874. Trata-se de um pedido de ressarcimento feito pelo colono Francesco Merlo encaminhado no dia 28 de outubro de 1874 ao Presidente da Província. Francesco solicita do governo a restituição dos gastos que teve com a passagem da Itália à Colônia de Nova Trento, no valor de 122 fiorins, pelo fato de não ter sido reembolsado pelo contratante. Com base neste documento foi publicada a Lei 13.617, de 11 de janeiro de 2017, que reconhece, oficialmente, a cidade de Santa Teresa como a pioneira da imigração italiana no Brasil.
 
Data da Emancipação: 22 de fevereiro de 1891

População com descendência italiana: aproximadamente 90% (Consulado Italiano no Espírito Santo – Jornal a Tribuna de 04 de março de 2010).
 
Colônia  italiana 

O Espírito Santo abriga uma das maiores colônias italianas do Brasil. Os imigrantes foram atraídos para o Estado a fim de ocupar inicialmente a região das serras. Os imigrantes foram obrigados a enfrentar a mata virgem e foram abandonados pelo governo à própria sorte. A situação de miséria vivida por muitos colonos fez com que, em 1895, o governo italiano proibisse a emigração de seus cidadãos para o Espírito Santo.
 
Encontram-se, no Espírito Santo, representantes de todas as regiões da Itália, mas a preponderância é para aquelas do norte (Vêneto, Lombardia, Trentino-Alto Ádige, Emilia-Romagna, Piemonte, Friuli-Venezia Giulia, Liguria e Vale d’Aosta), que, juntas, forneceram 92% dos imigrantes. As regiões do centro contribuíram com 6% e as do sul, com 2% dos italianos.[2]

De acordo com o historiador Angelo Trento, no Espírito Santo foi-se usado o mesmo modelo de colonização do sul, mas sem os mesmos resultados. Até 1891, não emigravam mais de 200 italianos anualmente para esse estado. O fluxo cresceu nos anos seguintes, sendo registrada a entrada de 476 italianos em 1892, número que saltou para 2.406 em 1893. Esses italianos vinham se empregar em obras públicas e, quando estas foram terminando, alguns ficaram na capital, enquanto que a maioria se empregou nas fazendas. A companhia de imigração La Veloce instituiu uma linha direta Gênova-Vitória, com navio partindo mensalmente. Isso garantiu um fluxo apreciável de imigrantes, tanto que em 1894 chegaram 3 215 italianos e, em 1895, mais 4 575 pessoas. Com esses imigrantes foi-se tentada a colonização da região do Rio Doce, mas com resultados desastrosos. Deu-se um surto de cólera no sul do estado, o que fez o governo italiano suspender temporariamente as operações de embarque em direção a Vitória, por meio do decreto de 20 de julho de 1895. Em decorrência das dificuldades financeiras do estado, a imigração no Espírito Santo praticamente acabou a partir de 1896. O número de italianos no estado, estimados em 20 mil pessoas em 1895, ficou estagnado até a primeira década do século XX, vindo a cair progressivamente a partir de então.

Entre 1812 e 1900, entraram no estado do Espírito Santo 46,885 imigrantes, dos quais 34.925 eram italianos, ou seja, 75% do total. Após o ano de 1900, o fluxo de entrada diminuiu consideravelmente, comparando-se com o século anterior. Até 1973 registrou-se a o número de 1.633 indivíduos.

Do Vêneto, as províncias que mais mandaram imigrantes para o estado foram Treviso (31%) e Verona (28%). Já os imigrantes lombardos vieram de diversas províncias, mas sobretudo de Mântua (24%) e Cremona e Bérgamo com 20% cada. Por outro lado, os colonos oriundos do Trentino-Alto Adige vieram quase que exclusivamente da província de Trento (96,2%), em especial das comunas de Levico Terme e frações (17,40%) e de Novaledo (11,78%). Os imigrantes vindos da Emília-Romanha também provinham de diversas províncias, com destaque para Bolonha (24,10%), Módena (19,36%) e Parma (17,58%). 

De maneira geral, as cinco províncias italianas que mais forneceram imigrantes para o Espírito Santo foram: Trento (2.801 imigrantes), Treviso (2.615), Verona (2.325), Vicenza (1.060) e Mântua (1.033). 94,81% dos imigrantes embarcaram no porto de Gênova, no Norte da Itália; 4,51% no porto de Le Havre, na França, enquanto que o resto embarcou no porto de Buenos Aires (Argentina), de Nápoles (Sul da Itália) e de Marselha (França). 68% dos imigrantes vieram diretamente da Europa, 31% fizeram escala no porto do Rio de Janeiro e 1% veio de Buenos Aires.
 
Um pedaço da Itália
 
Berço da colonização italiana no país, o município de 21,8 mil habitantes preserva também os feitos de seu ilustre filho, o patrono da ecologia no Brasil, Augusto Ruschi. O biólogo e naturalista ganhou fama internacional, ao estudar o comportamento dos beija-flores e a diversidade da fauna e da flora da mata atlântica.

Distante cerca de uma hora e meia de Vitória ou Vila Velha, Santa Teresa oferece fins de semana com gosto de festa de rua, ao som de boa música ao vivo, que o turista curte de dia e à noite, num roteiro de restaurantes com variada carta de vinhos e cardápio de massas. O ponto forte é a aconchegante Rua de Lazer (Rua Coronel Bonfim Júnior), no centro do município, tapete de cantinas e uma cafeteria sob admirável conjunto arquitetônico e cultural. 

A primeira capela da cidade, dedicada à Santa Teresa, foi construída em 1898. Em 1906, passou por reforma e pode ser visitada diariamente. Os sinos foram doados por Dom Pedro II. No pátio da Matriz, foi erguido um monumento em homenagem ao primeiro cinquentenário da fundação do município. Lá é possível conhecer os nomes dos primeiros imigrantes.
 
Santa Teresa é o maior produtor de uva e vinhos em terras capixabas. Para conhecer a produção local, comece pela feira de produtores, que vendem belos tomates, batatas, banana e quiabo, verduras e flores, ao lado da rodoviária local. Vinícolas, cachaçaria, cervejaria, cantinas e restaurantes erguidos na serra formam o circuito turístico Caravaggio, que leva ao redor de duas horas, com degustação.
 
A 8 quilômetros do centro, o turista alcança a Rampa de Voo livre Amauri Fernandes, a 915 metros de altitude e com desnível de 280 metros. Diversas atividades de esportes de aventura podem ser feitas no local. Experimente, ainda, a observação de aves encontradas em Santa Teresa, sob agendamento com condutores especializados. Informe-se na Secretaria de Turismo e Cultura do município.
 
Confraternização
 
O espaço de lazer e gastronomia (Rua do Lazer) pertence aos visitantes, sem trânsito, e com apresentações musicais no asfalto, onde os restaurantes distribuem suas mesas nas noites de sexta-feira; tardes e noites de sábado e todo o domingo e feriados. As baixas temperaturas, que na média do ano gravitam em 16 graus, é companheira bem-vinda para as refeições à moda italiana, regadas a muito vinho.

A primeira morada dos italianos no Brasil oferece massas artesanais, cafés, doces e biscoitos, além de vinho, cachaça e cerveja, que o cliente pode adquirir nas lojas das fazendas e dos restaurantes que vão serpenteando as montanhas de Santa Teresa. São dezenas de empreendimentos, parte deles familiares. Ao redor de 90% da população tem descendência italiana.

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