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Salve-nos Quem Puder!

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23/11/2015 - por Erlon José Paschoal

       Mais uma vez vemo-nos frente a uma situação política, econômica e social aparentemente impossível de ser resolvida a curto prazo a favor da maioria da população. Como de hábito, a imensa massa inocente é a última a saber e a receber as notícias que irão interferir em seu cotidiano já tão atribulado e carente de hospitais, estradas, transporte público, saneamento básico e do finado emprego. Ao soarem os acordes dissonantes da banda cambial logo após os gemidos provocados pela sangria de dólares, a  max-desempregabilidade invadiu os noticiários, seguida de perto pelas notícias aterrorizantes propagadas pela mídia hegemônica aparentemente interessada em uma possível desestabilização de nossa organização econômica e social, apoiada muitas vezes na impunidade,  na injustiça e na obscena distribuição de renda. 

       Os mais pessimistas percorrem aflitos os gabinetes cientes de que não há botes salva-vidas para todos. Entretanto, enquanto o barco não afundar totalmente não há motivo para pânico. Ao mesmo tempo, o pregão da bolsa caiu várias vezes e penetrou fundo nos flancos da classe trabalhadora que coincidentemente é a que mais sofre com a transferência de capitais. Em breve, ela sentirá dentro de si o tamanho e a grossura da crise. A maioria de nossos parlamentares, por sua vez, não tem mais tempo para se ocupar de questiúnculas impertinentes e obsoletas, tais como o desemprego gritante, a miséria indigna, a criminalidade acintosa, a corrupção desenfreada, a lama avassaladora e a impunidade infame, pois eles todos precisam cuidar de suas próprias contas e do dinheiro que não é da nossa conta. Em meio a tudo isso, a lama escorre implacável e impune, assolando a vida de milhares de pessoas em Minas Gerais e no Espírito Santo e deixando  a todos perplexos pelo poder de destruição e pela consciência de que poderia ter sido evitada.

       Ah! E os juros da dívida! Continuaremos pagando aos ávidos especuladores que tanto confiaram em nossa honestidade e em nossa capacidade de honrar os compromissos assumidos, por mais inescrupulosos que sejam? Só assim, talvez, evitaremos a fuga de capitais que escapam na calada da noite sem que absolutamente ninguém consiga impedir. Nossa economia oferece as melhores condições do mercado cobrando juros compatíveis com as taxas de lucros exigidas pelos especuladores mais importantes do planeta. 

       Os novos aumentos de impostos previstos e a diminuição de serviços - ou o ajuste fiscal como todos definem - servirão de alavanca para a futura retomada da expansão da atividade produtiva e da oferta de empregos. Tenta-se de tudo para atrair investidores internacionais. Segundo alguns especialistas, basta pendurar 100 mil dólares numa árvore e se afastar que, em pouco tempo, eles aparecem. Em todo caso, vamos esperar para ver.

       De qualquer maneira não se pode perder as esperanças, algo natural dos brasileiros, dizem. Apesar dos seqüestros, das trapaças, dos roubos setoriais, da miséria insistente, da lama degradante, da vigarice, da corrupção ativa, passiva e muito pelo contrário, do desvio de verbas, dos juros exorbitantes, do desemprego aviltante, das falcatruas, da hipocrisia cínica, das prevaricações, da criminalidade hedionda, das falsificações, das máfias, dos esquemas, do descaso com os direitos do cidadão, das manipulações descaradas, do salário mínimo e do estado lamentável de nossos rios, este continua sendo o melhor país para se viver, como dizem todos os otimistas. Aqui, as autoridades fazem os acordos mais fraudulentos com a maior honradez e integridade. As barragens desabam esfareladamente sem que haja culpados. E a televisão não se cansa de afirmar: é fantástico!! 

       E os investimentos sociais, minha gente, a quantas andam? As desavenças no Congresso Nacional por contas suíças, somadas aos excessos de privilégios e às prevaricações abusivas deixam rastros mais devastadores que um maníaco do parque à solta: é muito descompromisso com o bem coletivo e descaso com a coisa pública. 

       Ainda bem que podemos escolher em que acreditar. Desse modo, não precisamos ficar dependentes de líderes famigerados - muito menos dos meios de comunicação - e poderemos também inventar e construir uma realidade mais próxima de nossos sonhos e de nossos desejos mais íntimos.  

* Gestor cultural, Diretor de Teatro, escritor e tradutor de alemão.

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